Dono teria simulado venda do Banco Master para fugir do Brasil; veja o que PF apurou sobre fraudes bilionárias

  • 18/11/2025
(Foto: Reprodução)
Operação da Polícia Federal prende banqueiro Daniel Vorcaro do Banco Master A prisão do banqueiro Daniel Vorcaro trouxe à tona evidências de uma fraude financeira estimada em R$ 12 bilhões. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam os caminhos desse desvio e apuram a relação entre o Banco Master e o Banco de Brasília, que teriam feito operações suspeitas na venda de carteiras de crédito. As autoridades concluíram que houve gestão fraudulenta e temerária. Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso no aeroporto de Guarulhos. Ele estava embarcando em um jatinho rumo à ilha de Malta, no Mediterrâneo. A operação começou na segunda-feira (17) à noite. O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso por volta das 22h no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, como mostram as fotos obtidas pelo "Estadão" do circuito interno de segurança. Segundo a Polícia Federal, ele chegou de helicóptero pouco depois que um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciou a compra do banco. Vorcaro estava no terminal de aviação executiva e, de acordo com os agentes, pretendia pegar um jatinho com destino a Malta, na Europa. Uma das hipóteses de investigação da PF é a de que Vorcaro usou o anúncio como parte de um plano de fuga do país. Os advogados de Vorcaro negaram que o cliente estivesse fugindo. Disseram que o destino final do voo era Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde o banqueiro trataria da venda do Master. Natural de Belo Horizonte, Daniel Vorcaro tem 42 anos e começou a atuar no setor bancário na década passada. Comprou um banco em dificuldades, o Máxima, que virou o Master, dando início a uma forma agressiva de expansão das operações. O banqueiro cultiva uma extensa rede de relacionamentos políticos em Brasília, se valendo dela para os negócios. Dono teria simulado venda do Banco Master para fugir do Brasil; veja o que PF apurou sobre fraudes bilionárias Jornal Nacional/ Reprodução A operação seguiu ao longo desta terça-feira (18). A Polícia Federal prendeu também Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, um dos sócios do Banco Master, e três diretores da instituição: Alberto Felix de Oliveira Neto, Augusto Ferreira Lima e Luiz Antônio Bull. Além de dois executivos de uma fintech. A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Brasília. Os agentes apreenderam joias, um relógio e vinhos importados de alto valor. Pela manhã, em depoimento à CPI do Crime Organizado, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, comentou a operação: “Nessa operação de hoje, a fraude é de R$ 12 bilhões. Eu não sei quanto que nós vamos conseguir bloquear. Eu sei que já em dinheiro apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão em dinheiro nessa operação de hoje”. O dinheiro foi encontrado na casa de Augusto Lima, um dos diretores presos do Master. A operação Compliance Zero foi autorizada pela Justiça Federal em Brasília para apurar os crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta e temerária. No início de 2025, investigação da Polícia Federal, feita a pedido do Ministério Público, identificou irregularidades na negociação do BRB, Banco de Brasília, para compra do Banco Master. A tentativa do BRB de adquirir o Master seguiu adiante mesmo diante de seguidas advertências do Banco Central. Agentes da Polícia Federal passaram a manhã na sede do BRB, que fica na área central de Brasília. Em março, o banco tinha anunciado a compra do Master. Cinco meses depois, o Banco Central interrompeu o negócio por considerar que a operação não preenchia os requisitos necessários, como a comprovação de viabilidade econômica e financeira. A PF identificou que o Banco Master emitiu aproximadamente R$ 50 bilhões em títulos de CDBs, prometendo juros acima das taxas de mercado. Segundo a investigação, R$ 12 bilhões estariam descobertos porque ativos da empresa - como imóveis e capital próprio - têm baixa liquidez, ou seja, o banco teria dificuldades para vendê-los. Para passar ao mercado a impressão de que não tinha problema de liquidez, o Master simulou ter aplicado parte dos R$ 50 bilhões em ativos que não existiam, de acordo com a PF, comprando créditos fictícios de uma empresa chamada Tirreno. O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB, que pagou R$ 12,2 bilhões pelo negócio, sem documentação, para “socorrer” o caixa do Banco Master. Dono teria simulado venda do Banco Master para fugir do Brasil; veja o que PF apurou sobre fraudes bilionárias Jornal Nacional/ Reprodução Na decisão, a que a TV Globo teve acesso, o juiz Ricardo Leite afirmou que elementos da investigação apontam que a solução do Grupo Master para aportar recursos capazes de cobrir esse rombo consistiu em se associar, ilicitamente, a uma sociedade de crédito direto, uma instituição financeira, com o objetivo de inflar seu patrimônio artificialmente, por meio da aquisição de carteiras de créditos inexistentes e revendê-las ao BRB. A PF investiga a atuação do Banco de Brasília com relação à aquisição de carteiras de crédito que significavam 30% de todos os seus ativos, circunstância que configura indício relevante de que a instituição pública buscou amparar o Banco Master em sua crise de liquidez. A polícia apura ainda as razões pelas quais o BRB desconsiderou irregularidades graves nas operações. A decisão aponta que as transferências vinham sendo realizadas desde 2024, mesmo diante das ressalvas formuladas pelo Banco Central, bem como dos reiterados pedidos de informações e de monitoramento dirigidos à instituição. E que, nesta hipótese, há indícios veementes da prática do crime de gestão fraudulenta dos gestores do BRB em conluio com os diretores do Banco Master. De acordo com a investigação, a vontade inicial do BRB sempre foi de emprestar dinheiro ao Banco Master, mas não pôde fazê-lo diretamente em virtude de limitações de exposição. A decisão destacou que a substituição entre os créditos BRB-Master ocorreu por pura camaradagem, em desacordo com a formalidade, mas como tentativa de abafar a fiscalização das operações e preocupações dela decorrentes, sendo possível ainda ter sido adotados procedimentos escusos pela gestão do BRB para viabilizar e promover a liquidez do Banco Master. A Justiça determinou o bloqueio de bens do Banco Master, do BRB e dos envolvidos nas fraudes para tentar recuperar os R$ 12,2 bilhões do rombo calculado, e também o afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB, indicou Celso Eloi, servidor da Caixa Econômica, para a função. Os advogados de Daniel Vorcaro divulgaram uma nota. Nela, afirmam que, desde o anúncio da venda do Banco Master, estão à disposição para cooperar com as autoridades, fornecer informações e participar de audiências. O Jornal Nacional não conseguiu contato com as defesas dos outros citados. Atualização A produção do Jornal Nacional recebeu, na noite desta terça-feira (18), uma nota da defesa de Augusto Lima, diretor do Banco Master. Como a gente noticiou no início da edição, ele foi preso nesta terça-feira (18) na operação da Polícia Federal. Os advogados afirmam que o cliente recebeu com absoluta surpresa a ação da PF; declararam ainda que Augusto Lima já havia se desligado definitivamente de todas as funções executivas no banco em maio de 2024; e que as operações investigadas atualmente são posteriores à saída dele do banco. LEIA TAMBÉM Tem investimento no Banco Master? Saiba como reaver seu dinheiro pelo FGC O que é FGC? Fundo vai garantir que parte dos investidores do Master tenham recursos de volta PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos Valdo Cruz: PF vai expor os tentáculos políticos no Banco Master e assusta Brasília

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/11/18/dono-teria-simulado-venda-do-banco-master-para-fugir-do-brasil-veja-o-que-pf-apurou-sobre-fraudes-bilionarias.ghtml


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