Jovens transformam antigo lixão de Ponta Porã em floresta urbana em formação
07/12/2025
(Foto: Reprodução) Jovens transformam antigo lixão em floresta urbana em formação
Famasul
Um antigo lixão desativado de Ponta Porã, antes marcado por mau cheiro, resíduos e solo degradado, começa a ganhar uma nova paisagem: a de uma floresta urbana em formação. A transformação é conduzida pelo grupo Agrofronteiras, vencedor da edição 2025 do programa Jovem Sucessor Rural, do Senar/MS. A iniciativa reúne reflorestamento, educação ambiental, resgate cultural e mobilização comunitária.
A ideia de revitalizar o espaço surgiu quando o grupo identificou que o antigo lixão — localizado próximo ao perímetro urbano — estava em processo de desativação. Para os jovens, a proximidade com a população e o impacto visual da área degradada tornavam o local ideal para dar início a um projeto de recuperação ambiental.
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"Nos chamou a atenção o lixão. Fica localizado próximo ao perímetro urbano do município. Imaginamos que seria um bom local para a implementação do projeto de recuperação de áreas degradadas", explica Ewerton Fernandes, um dos integrantes do grupo.
O primeiro passo foi uma visita técnica para avaliar as condições do solo e da água. O cenário encontrado evidenciou o tamanho do desafio: solo extremamente compactado, presença de resíduos como fraldas, restos de animais e materiais hospitalares, além da ausência de condições mínimas para o plantio.
A equipe precisou recorrer a análises técnicas, apoio institucional e uma série de tecnologias para viabilizar o reflorestamento, como hidrogel para retenção de água, adubação, irrigação e terraceamento do terreno.
Espécies nativas e resgate cultural
A escolha das plantas usadas no reflorestamento seguiu critérios ambientais e culturais. Entre as primeiras mudas plantadas estão 75 moringas, 75 ipês-roxos, 75 patas-de-vaca e mais de 100 mudas de erva-mate.
Segundo os jovens, as espécies foram selecionadas pelo potencial de fitorremediação — capacidade de recuperar áreas contaminadas — e pela ligação com a história da cidade.
“A erva-mate é a ‘princesinha dos ervais’. Além de ajudar na recuperação do solo, ela faz parte da identidade cultural da região. Sempre disse ao grupo que ela seria a cereja do bolo”, afirma Ewerton.
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Parcerias viabilizaram o projeto
A recuperação só foi possível graças ao apoio da prefeitura, do Sindicato Rural e de servidores municipais, que forneceram insumos, ferramentas, terraceamento, irrigação e manutenção. O IFMS também participou com professores e acadêmicos no plantio.
Moradores da região acompanham o processo e, segundo o grupo, demonstram satisfação com a transformação do espaço.
Primeiros resultados
Segundo os jovens, o terraceamento e a adubação começaram a devolver nutrientes ao solo. As mudas já apresentam desenvolvimento e atraem espécies de fauna para o local, indicando o início da regeneração ecológica.
A expectativa é de que, nos próximos meses e anos, a área ganhe densidade florestal, favorecendo o retorno gradual da biodiversidade.
A experiência reforçou o protagonismo da juventude rural e deixou lições de união e responsabilidade socioambiental. Com a vitória no Jovem Sucessor Rural, o grupo planeja formalizar a associação e ampliar ações de recuperação ambiental em outras áreas do município.
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