Lô Borges, um dos maiores nomes da música popular brasileira, morre aos 73 anos

  • 03/11/2025
(Foto: Reprodução)
Morreu, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges Morreu no domingo (2) à noite, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges. Ele ajudou a criar um dos movimentos mais queridos da música popular brasileira: o Clube da Esquina. “A esquina era o lugar onde eu ficava compondo mesmo, fazendo as composições. Eu era quase o lobo solitário”, contou Lô Borges em entrevista no Conversa com Bial. Não tão solitário assim. No endereço famoso de Belo Horizonte, Salomão Borges Filho, o Lô Borges, estava sempre com irmãos, amigos, parceiros de vida. Uma mistura de gente e de ritmos que, na década de 1970, se transformou em movimento musical: o Clube da Esquina, um marco que começou por acaso. A se mudar temporariamente do bairro de Santa Tereza para o Centro da capital mineira, Lô mudou também a história da MBP. Um dia, ele desceu para comprar pão e ouviu, na porta do prédio, Milton Nascimento cantando. “Eu tinha 10 e ele tinha 20. Então, eu era uma criança e ele era um adulto. Eu fiquei vendo Bituca tocando violão, e ele assim comigo: ‘Você gosta de música, né, menino?’. Falei: ‘Meus irmãos lá em casa adoram música, meu pai adora música, lá eles tocam’”, disse Lô Borges no Conversa com Bial. Meses depois, um outro encontro - também por acaso. “Andando pelas ruas do Centro de Belo Horizonte, eu conheci o Beto Guedes, que tinha 10 anos, andando em uma patinete”, lembrou Lô Borges. Ao voltar para o Santa Tereza. “Tocou a campainha lá na casa da minha mãe, era o Milton Nascimento falando: ‘Cadê o Lô?’. ‘Ah, o Lô está na esquina, em um lugar que eles chamam de Clube da Esquina’”, contou Lô Borges. Em 1972, Lô assinou, com Milton, o álbum Clube da Esquina. A obra apareceu — mais de uma vez — entre as melhores do mundo e selou de vez a parceria de música e vida entre Lô Borges e Milton Nascimento. E foi o próprio Milton que convenceu a gravadora a apostar no jovem talento. “Ele queria fazer um álbum duplo com um desconhecido chamado Lô Borges e eles falaram: ‘Quem? Lô de quê?’. Aí mostrei para eles ‘Um girassol da cor dos seus cabelos’, aí mostrei ‘Tudo que você podia ser’, as músicas que eu fiz para o álbum Clube da Esquina. 'É, o Bituca tem razão, o menino leva jeito'”, disse Lô Borges. O pesquisador da PUC-Rio Miguel Jost explica a genialidade de Lô Borges no álbum: “Tinha ali uma sofisticação harmônica, com uma capacidade melódica de uma beleza, ao mesmo tempo muito popular, mas que impressionava os maiores músicos do jazz internacional, que está presente até os dias de hoje como uma grande referência não só da música brasileira, mas mundial”, afirma Miguel Jost, doutor em Estudos de Literatura e Cultura pela PUC-Rio. Depois do sucesso, o recolhimento. Só em 1984, Lô fez sua primeira turnê por todo o Brasil. Quase uma década depois, Lô voltou às paradas com a parceria com Samuel Rosa. Lô teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Ira! e Elba Ramalho. O último disco chegou pouco antes da despedida. Em agosto, lançou "Céu de Giz". Lô Borges, que nas letras e melodias levou a amizade e a mineiridade mundo afora, esteve também na histórica despedida de Milton Nascimento dos palcos, em 2022. Repercussão A morte de Lô Borges entristeceu os parceiros de vida e todo mundo aonde esse Trem Azul chegou. No perfil oficial de Milton Nascimento, a homenagem: "Foram décadas e mais décadas de uma amizade e cumplicidade lindas, que resultaram em um dos álbuns mais reconhecidos da música no mundo: o Clube da Esquina. Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes, e o Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos". “Acho que é uma perda muito grande para a música brasileira e mineira. Suas canções serão eternas, com certeza marcaram muitas gerações”, afirma o cantor Flávio Venturini. O parceiro Beto Guedes falou que foi um encontro lindo e que o amor irá pertuar nas memorias e canções. Lô Borges estava internado em um hospital de Belo Horizonte desde 17 de outubro por causa de uma intoxicação por medicamentos. Ele morreu na noite de domingo (2) em decorrência de falência de múltiplos órgãos. "O Brasil perdeu um grande compositor um talento impressionante desde menino um grande talento e é uma pena essa perda porém a música dele fica", comenta o músico Wagner Tiso. “É um dos grandes, e perdemos todos. Música brasileira, eu, todos nós. Um dia muito triste, mas é isso. Vai em paz, meu irmão, e muito obrigado”, diz o cantor Samuel Rosa. O governo de Minas Gerais e o presidente Lula postaram homenagens ao músico. No bairro Santa Tereza, região leste de BH, na esquina das ruas Paraisópolis com Divinópolis, onde surgiu o movimento musical Clube da Esquina, o dia foi de homenagens. Fãs deixaram flores no endereço que virou nome de disco e referência para a música popular brasileira. “Desde sempre, o Lô Borges é um inventor de mundos. Eu vim aqui agradecer pelo pedaço de mundo que ele deu para mim e vai continuar dando para sempre”, diz o professor Bernardo Gomes Nogueira. No início da noite, a celebração de Lô Borges tomou conta da esquina. "Hoje perdemos ele, mas não perdemos não, o mundo ganhou o Lô e o Lô está voando agora", diz Marilton Borges, músico e irmão do Lô Borges. Morreu, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, morre aos 73 anos em Belo Horizonte 'Dividimos cama, adolescência, a juventude', diz irmão do cantor Lô Borges Fãs homenageiam Lô Borges e deixam flores no lugar onde surgiu 'Clube da Esquina'

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/11/03/lo-borges-um-dos-maiores-nomes-da-musica-popular-brasileira-morre-aos-73-anos.ghtml


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