Operação Reset: ex-prefeito Dr. Pessoa e mais cinco pessoas são indiciadas por associação criminosa
15/09/2025
(Foto: Reprodução) Delegado detalha esquema de cancelamento ilegal de multas de trânsito
O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, citado na investigação da Operação Reset, que mirou um esquema de cancelamento ilegal de mais de 2 mil multas de trânsito na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) de Teresina, e outras cinco pessoas foram indiciadas pelo crime de associação criminosa.
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Entre os indiciados, estão o ex-superintendente da Strans de Teresina, Bruno Pessoa, que é sobrinho do ex-prefeito, Daniel Araújo, ex-gerente de Gestão de Trânsito da Strans e vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP) e Lucas Rocha Lima, servidor da Strans. Um homem e uma mulher ainda não identificados também estão entre os indiciados pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção (Deccor).
O g1 aguarda o posicionamento do ex-gestor.
O Deccor começou a investigar o esquema depois de receber uma denúncia anônima que apontava o envolvimento de gestores e funcionários da Strans no cancelamento indevido de multas de trânsito entre fevereiro e junho de 2024.
A polícia enviou um ofício à superintendência, que informou que fez uma auditoria interna no fim do ano passado e identificou 2.215 multas excluídas ilegalmente. Dessas, cerca de 400 foram apagadas após o horário de expediente.
A polícia fez buscas e apreensões nas residências de Bruno Pessoa e Daniel Araújo e periciou os celulares de ambos.
Qual era o papel dos envolvidos no esquema?
O papel dos ex-gestores, de acordo com a investigação do Deccor, era determinar quais multas de pessoas ligadas a eles deveriam ser excluídas.
Os funcionários terceirizados, por sua vez, formavam um grupo responsável por acessar o sistema da Strans e cancelar essas notificações.
“Eles seguiam ordens dos chefes do setor e do então superintendente, e excluíam multas de pessoas próximas, apadrinhadas [pelos gestores ou] por algumas autoridades”, afirmou o delegado Ferdinando Martins.
Segundo o delegado, o servidor Lucas Rocha atuava tanto diretamente na exclusão das multas quanto ordenava aos terceirizados que fizessem isso por ordens dos gestores.
Como as multas eram apagadas?
O grupo responsável por apagar as multas seguia dois métodos diferentes:
Abriam um processo eletrônico, no sistema da Strans, para acessar as notificações e excluí-las;
Recebiam as ordens informalmente, às vezes por meio de bilhetes, e faziam os cancelamentos sem abrir processo.
Dr. Pessoa, ex-prefeito de Teresina pelo PRD
Jonas Carvalho/TV Clube
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